30 setembro, 2011

E Agora?


Amo-te, não sei se é essa a palavra,
mas minha falta de vocabulário
-ou até mesmo a da língua portuguesa- 
só me permite usar este termo.

Amo-te tão intensamente,
Tão loucamente,
Tão platonicamente.
Amo seu cheiro, que poucas vezes senti.
Amo seu beijo, o seu beijo que nunca tive.
Seu jeito, o que posso falar?


Mas amo também a minha falta de coragem,
O impulso que me faltou nas oportunidades que tive quando cheguei até você,
No medo -também não sei se é esta a palavra- , 
enfim, no sentimento que tenho ao pensar que tudo pode ser mentira.


Mas mesmo estando tão encantada,
tenho consciência de minha ilusão,
Dos seus defeitos acentuados,
Da teoria de Platão.


Mesmo assim amo te amar,
Numa época que o amor é tão carnal.

Mas e agora?
Será que consigo me contentar com isso?
Os anos estão passando, eu sei.
E tudo que nasce morre, eu sei.
E é isso que mais me dói:
Ter o nosso roteiro ja escrito em minha cabeça,
Me tira a vontade de começar qualquer espetáculo.

por Aline Candido

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