Na estradinha de terra a menina ia observando a paisagem e os pássaros cantantes em suas árvores, via os pés de pitanga, tão fartos que colocava-se a mão por entre a janela do fusquinha pegava e comia da fruta, assim, mesmo sem lavar; via os joão de barro e suas casas mais resistentes que concreto, via os eucaliptos e pensava quantas meninas igual a ela eram necessárias para se igualar ao tamanho das árvores, esbeltas e majestosas; sentia o cheiro do mato, ah! o cheiro do mato...dava vontade de coloca-lo em um recipiente só pra senti-lo quando ja não estivesse mais ali...
De repente o sol vai embora, escorregando pelo horizonte, e então a noite cai sobre o céu da estradinha de barro, a menina ouvia o grilos do mato dando recepção aos visitantes, grilos tão cri-cris aqueles... e então:o fusca quebra.
A menina desceu do carro, que parecia querer descanso para voltar a trabalhar mais tarde, e então percebeu a escuridão da noite tomando conta de tudo e, por mais que forçasse seus olhos, não conseguia ver nada a não ser toda a escuridão. Um medo surgia por entre seu corpo, incontrolável, súbito e então a menina começou a chorar, e chorar, e chorar - quem sabe assim o medo desaparecesse... mas mesmo assim ele continuava a dominar.. Foi então que, em um de seus suspiros intensos para começar uma nova leva de choro, a menina ouviu um barulhinho, um bater de asas, um voo suave no meio da escuridão, e um monte de luzes no céu surgindo.....a menina então parou de chorar, e começou a sorrir... em meio aos vaga lumes com seus bumbuns reluzentes.
A menina dançou entre os animaisinhos que apagavam aqui e acendiam la longe...ela começou a voar com os vaga lumes, a menina começou a se encher de luzes como os vaga lumes, a menina começou a gargalhar com os vaga lumes........
Foi então que o carro começou a funcionar numa arrancada só. Sua mãe lhe chamou para continuarem a viagem, e a menina se despediu de seus novos amigos, rindo sem parar.
por Aline Candido
por Aline Candido
Como eu queria ser essa menina, ter a alma de uma criança que chora, mas sorri assim que uma coisa nova surge, que não se submete a um estado de melancolia e que se permite ser feliz com o mais simples que a vida oferece.
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